“Lugares de Memórias Difíceis no Rio de Janeiro”: Memórias Silenciadas

    O Rio de Janeiro, uma cidade repleta de história, abriga também memórias que, por muito tempo, foram silenciadas e esquecidas. O livro “Lugares de Memórias Difíceis no Rio de Janeiro” oferece um olhar crítico sobre essas memórias, dando voz a aqueles que sofreram violências, exclusões e apagamentos. Organizado por Myrian Sepúlveda dos Santos, Ana Paula Fernandes e Gabriel Cid, a obra é um convite para refletir sobre as injustiças históricas e contemporâneas que marcaram diversos espaços cariocas.

    Uma parte fundamental do livro é dedicada à “Memória Indígena”, explorando as experiências e lutas dos povos originários, que continuam a enfrentar preconceitos, remoções forçadas e outras formas de violência. Esses textos, redigidos em linguagem acessível, buscam alcançar um público amplo, incentivando a reflexão sobre a invisibilidade e as ausências impostas a essas comunidades.

    Ana Paula da Silva, uma das professoras que contribuiu com o livro, ressalta a importância dessa abordagem:

    “A ideia era fazer textos curtos, não acadêmicos, com linguagem mais simples e direta, para atingir esse público e pensar esses lugares de memórias difíceis, que ocorreram muitas violências, muitas ausências, muita invisibilidade”. Um de seus textos, “Cheiro de fumaça, odor de preconceito: duração e fluidez entre os Mbya de Sapukai”, aborda diretamente o preconceito enfrentado pelos povos indígenas.

    Além da “Memória Indígena”, o livro aborda outras questões fundamentais, como as memórias dos povos africanos, a ditadura militar, a violência policial, os desastres ambientais, as mulheres, entre outras. A obra também conta com poesias de Mário Chagas, fotografias de Custódio Coimbra e textos de diversos autores. (Veja a foto abaixo)

      O lançamento do livro, ocorrido durante um seminário nos dias 22 e 23 de agosto, foi também uma homenagem à uma das idealizadoras do projeto, Myrian Sepúlveda, falecida recentemente. A obra destaca a resistência e a luta dos povos indígenas, ao mesmo tempo que reivindica políticas reparatórias e inclusivas. A obra emerge como um testemunho crucial, lançando luz sobre as memórias plurais e os direitos dos povos historicamente marginalizados, adquira seu exemplar no site da Mórula.

       

       

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      Vitoria Lima

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