Um museu para afirmação étnica e valorização cultural do povo Puri

Texto: Museu Nacional dos Povos Indígenas (instagram)

POVO PURI LUTA CONTRA NEGAÇÃO DE SUA EXISTÊNCIA I Encerrando sua programação do 23ª Semana Nacional de Museus, o Museu/Funai promoveu, no dia 16 de maio, a Roda de Conversa “Museus Indígenas no Território” com Dauá Puri, criador e gestor do Museu da Cultura Puri, e mediação de Paulina Vieira do Nugep/Unirio, e das professoras de Lilian Gomes, da Unirio, e Letícia Freire, da UERJ. 🪶

Dauá contou sobre seu povo e a trajetória que levou à criação do Museu, entremeando sua fala com canções e acompanhamento da plateia. Relatou que os Puri têm vivido numa luta contra os efeitos do processo de colonização e que sua avó lhe deu a atribuição de juntar os integrantes de seu povo dispersos pelo país. 🎼

Em razão das perseguições, catequizações e tomada violenta de suas terras durante o processo de colonização, o Povo Puri se dispersou e chegou a ser considerado extinto.🍃

No início dos anos 2000, em meio ao fortalecimento do movimento indígena no Rio de Janeiro, Dauá iniciou um projeto de contação de histórias para vencer preconceitos dos moradores que os viam como desocupados. Mas o preconceito permeava também representantes de outros povos indígenas, que afirmavam que o Povo Puri não existia. 🏹

Nesse momento, Dauá foi para Minas Gerais reunir material de acervo, referências bibliográficas e aprendeu uma primeira música em Puri. Surgia aí a semente do futuro museu, que foi instalado em seu apartamento da Aldeia Vertical, localizada no Estácio, na área central do Rio de Janeiro.

Assim, sua residência e o museu ocupam um mesmo espaço. Com cerca de 100 objetos da cultura Puri e de outros povos, o Museu, segundo Dauá, “conta histórias borradas através da composição de uma museologia própria” e é “expressão das nossas histórias, das nossas práticas de memória, comunicação e educação”. 📚

Reforçando a ideia de museu vivo, após dar boas-vindas à Dauá, a diretora do Museu, Fernanda Kaingáng, destacou que a cultura dos povos indígenas não está desvinculada do território. E lembrou que no Museu/Funai “podemos pensar como demarcar territórios a partir das nossas culturas, das nossas memórias”.

Representantes do Povo Puri e de outros povos estiveram presentes.

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Rodrigo Martins

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