Texto: FUNAI
Estão abertas, até a próxima quarta-feira (15), as inscrições para o Programa de Bolsas para Representantes Indígenas 2026, que acontecerá em Genebra, na Suíça. A iniciativa é do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), incentiva a inscrição de indígenas no programa de bolsas de estudo da ONU, e reforça a importância da participação dos povos nos mecanismos das Nações Unidas de proteção dos direitos humanos.
O objetivo do programa é proporcionar aos povos indígenas a oportunidade de aprender sobre o trabalho das instituições e mecanismos da ONU que lidam com Direitos Humanos em geral e com questões relacionadas aos povos indígenas em particular. Trata-se de um passo significativo para garantir que as vozes dos povos indígenas sejam ouvidas em plataformas internacionais de grande importância, pois participantes capacitados estão mais bem equipados para auxiliar suas organizações e comunidades na proteção e promoção de seus direitos.
Para atender aos critérios de inscrição, o candidato deve ser indígena, incluindo mulheres, indivíduos LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência. A idade não deve ser uma limitação para a participação no programa. Os candidatos devem concordar em treinar outros povos indígenas após o retorno às suas respectivas comunidades/organizações. Além disso, o indígena deve ter sua candidatura apoiada por sua organização ou comunidade e ter um bom conhecimento prático do idioma em que o programa é ministrado (inglês, espanhol, francês e português). Os candidatos selecionados têm direito a passagem aérea de ida e volta, despesas de moradia e seguro de saúde básico durante o treinamento.
Processo seletivo
A seleção dos bolsistas reflete o equilíbrio de gênero e regional, bem como o equilíbrio entre as comunidades representadas. A situação geral dos Direitos Humanos nas respectivas regiões/países também é levada em consideração.
Uma pré-seleção de 15 a 20 candidatos por grupo linguístico é realizada por bolsistas indígenas anteriores. O processo de seleção também envolve entrevistas com os candidatos pré-selecionados que se inscreveram para os componentes de inglês, francês, espanhol ou português do programa. A seleção final dos candidatos aprovados é analisada por um grupo consultivo composto por funcionários do ACNUDH.
Bolsistas de todos os quatro componentes linguísticos do programa recebem treinamento conjunto com interpretação simultânea ao longo de quatro semanas em Genebra. A data do programa de treinamento geralmente coincide com a sessão anual do Mecanismo de Peritos sobre os Direitos dos Povos Indígenas (junho/julho de cada ano), permitindo que os bolsistas participem mais ativamente desse mecanismo.
O Programa
O Programa de Bolsas de Estudo para Povos Indígenas foi lançado em 1997 pelo Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH) no contexto da primeira Década Internacional dos Povos Indígenas do Mundo.
Desde 2023, o programa conta com uma edição em língua portuguesa voltada para a participação de lideranças brasileiras. O treinamento é ministrado em Genebra, na Suíça, e oferece instruções em diversos idiomas, incluindo inglês, francês, espanhol, russo e português.
Para facilitar o acesso ao programa em língua portuguesa, há uma fase preparatória realizada em Brasília, seguindo posteriormente para a fase em Genebra, na Suíça.