Cacique Jamopoty recebe título de Doutora Honoris Causa por sua luta pelos direitos indígenas

Texto:  Isabela Alves (Gazeta de São Paulo – Site)

A Cacique Jamopoty, do povo Tupinambá de Olivença, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) em reconhecimento à sua luta pelos povos originários.

A ativista é a primeira indígena da Bahia a receber o reconhecimento e a segunda do Brasil a ser condecorada pelo seu trabalho na defesa dos territórios e direitos indígenas.

O título Doutor Honoris Causa é a mais alta honraria acadêmica, concedida a personalidades que se destacaram em áreas como cultura, educação ou ciências, ou que prestaram serviços significativos à sociedade. A data da cerimônia de entrega da homenagem ainda será definida pela universidade.

Ela foi eleita cacique da aldeia, localizada em Ilhéus, na Bahia, em 1999. Desde então, é símbolo de resistência pela preservação das tradições.

Em 2024, a cacique liderou o retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, após mais de 300 anos exposto no Museu da Dinamarca.

A peça é considerada o artefato sagrado mais antigo do povo Tupinambá e é composta por uma vestimenta de 1,8 metros de altura, confeccionada com penas vermelhas da ave guará e com base em fibra natural.

O artefato se tornou um símbolo da luta dos povos indígenas pela devolução de seus bens sagrados aos territórios. Atualmente, o manto está na Biblioteca do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Outras figuras importantes do Brasil também foram condecoradas com o título recentemente, como o rapper Mano Brown e a ativista Keila Simpson.

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Rodrigo Martins

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