Aldeia Sapukai em Angra protesta contra a falta de professores

Texto: Jornal o Dia (site)

No dia 19 de abril, em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas. São 80 crianças sem acesso à educação um direito garantido pela Constituição e dever do Estado

    Imagem: Cacique Algemiro aldeia Sapukai Bracuí/Divulgação/Pedro Neves

    Angra dos Reis – Com músicas e danças os índios guaranis da aldeia indígena Sapukai, no Bracuí, em Angra dos Reis, realizaram nesta sexta-feira (19) um protesto. O objetivo foi chamar atenção das autoridades sobre a falta de professores. Na ocasião a aldeia recebia a visita de universidades.

    Segundo o cacique Algemiro Karaí Mirim, a aldeia tem seis professores aptos para lecionar na língua tupi guarani, mas até o momento os contratos desses docentes, pelo Estado, não foram renovados e nem tem informações de quando isso vai acontecer. O cacique faz um apelo às autoridades por solução imediata para o problema, que já se arrasta há mais de quatro meses, (120 dias) sem aula no primeiro seguimento de 1ªa 5ª série, seja solucionado.

     – Já tivemos problemas anteriores, mas nunca tanto tempo sem aula. Eu faço um apelo as autoridades resolva logo, logo mesmo, se não, não dá”- disse Algemiro, informando que na aldeia são 80 crianças sem acesso à educação – disse.

    Ainda de acordo com o cacique, dez alunos saíram da aldeia e foram para escolas do município, onde não tem professores aptos a ensinarem a linguagem tupi guarani.

    O professor Dirceu Karaí Mirím, que tem filhos na idade escolar, afirmou que a aldeia Sapukai está lutando para que a falta de professores seja sanada o mais rápido possível, porque as crianças da aldeia estão sendo prejudicadas.
    – Por elas estarem paradas a bom tempo vai prejudicar muito e elas estão sentindo falta das aulas e estão com ensinamento parado. Peço as autoridades para olhar pra nossas crianças e vejam que estão sem aula, coloque no lugar deles. Os filhos deles estão estudando” .- desabafou Dirceu
    De acordo com a Lei Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente ECA, é assegurado entre os direitos o acesso à educação. A realidade da aldeia indígena Sapukai, no Bracuí, fere totalmente os princípios básicos da Constituição.
    O Dia procurou a Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional, da Alerj, já que é dever do Estado o acesso a Educação, e a deputada Índia Armelau (PL), membro efetivo da Comissão, informou através da sua assessoria, que só soube da situação da aldeia através da nossa reportagem, e afirmou em nota que “por tratar-se de um direito constitucional que está sendo negligenciado às crianças, a deputada Índia Armelau vai oficiar a Comissão de Educação da Alerj e a Secretaria de Estado de Educação em busca de respostas”. (Nota abaixo na íntegra)

     

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    Rodrigo Martins

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