O documentário Bibiru: kaikuxi panema, produzido com apoio do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (Lisa) da USP, foi premiado no 25º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) e no Cine Paris Film Festival. Codirigido por Latsu Apalai e André Lopes, o filme contou com a colaboração do Lisa nos trabalhos de legendagem e correção de cor, que foram realizados pelo radialista e especialista em audiovisual Ricardo Dionisio Fernandes.
O média-metragem conta a história do protagonista Bibiru, um cachorro que ficou panema, deixou de ter sorte na caça, e retrata a tentativa de seu dono em curá-lo. Ao mesmo tempo, ensina aos mais jovens os valores ancestrais de seu povo e conhecimentos sobre as relações entre humanos e não humanos. A história foi totalmente filmada por jovens dos povos Wayana e Aparai na aldeia Bona, no Pará, e fecha uma trilogia sobre os regimes indígenas de produção de alimentos: o primeiro trata da pesca, o segundo da coleta do açaí e o terceiro da caça.
A obra foi produzida por Paula Morgado e conta com realização da Associação dos Povos Indígenas Wayana e Aparay (APIWA), do Serviço Social do Comércio em São Paulo (Sesc-SP), do Instituto Sawe e do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé).
O Fica, que entre os dias 11 e 16 de junho promoveu sua 25ª edição, é um dos principais festivais de cinema e meio ambiente do mundo e um evento consolidado no calendário audiovisual brasileiro. O evento, que acontece em Goiás, é realizado pelo governo do Estado, com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Unesco e de diversas outras instituições.
O festival deste ano teve como tema Tecnologia, Inovação e Mudanças Climáticas, onde o documentário foi eleito em três categorias e recebeu os prêmios Acari Passos de Melhor Média-Metragem, Troféu Imprensa José Petrillo e Prêmio Jesco Von Putkammer, do Júri Jovem.
O documentário também foi premiado na França. Na edição de junho do Cine Paris Film Festival, premiação que acontece mensalmente em Paris, o filme foi eleito como Best Green and Environment Film (o melhor filme verde e ambiental, em tradução livre). O festival francês, além das edições mensais, conta com uma grande premiação anual, e tem seu foco voltado à descoberta de novos talentos e obras.
Além das premiações, o filme contou com a indicação para o XV Prêmio Pierre Verger de Filmes, que é promovido pela Associação Brasileira de Antropologia. O Prêmio Pierre Verger é um dos principais festivais que premia produções audiovisuais de pesquisas antropológicas.
*Com informações do texto da Editoria de Notícias da FFLCH