Texto: Julia Lima (PROINDIO-UERJ)
José Bessa-Freire, Raíssa Ferreira e Lívia Jacob contaram suas experiências com a educação sobre e para povos indígenas
Nesta segunda-feira (20), o Proíndio realizou a atividade de extensão Culturas Indígenas e Educação. Para participar da mesa, estiveram presentes o professor José Bessa-Freire, a estudante de pedagogia Raíssa Ferreira e a professora Lívia Jacob, com a mediação da professora Leticia de Luna. Eles falaram sobre a importância da oralidade para os povos indígenas do país e sobre a adaptação para uma vida escrita ao sair de sua aldeia, principalmente ao tentar se inserir no ensino superior.
Raíssa, estudante de pedagogia e indígena do povo Tabajara, contou para os presentes sobre sua saída da aldeia e a vinda para o Rio de Janeiro, além da difícil adaptação que enfrentou na entrada no ensino superior. Ela pontuou que só pôde entrar na Uerj como cotista indígena por ter recebido ajuda de pessoas que entendiam do processo, já que há burocracia excessiva durante o trâmite.
Os professores Lívia Jacob e José Bessa-Freire contaram, a partir da perspectiva de ambos, as experiências que possuem na educação sobre os povos indígenas e também no ensino para aqueles que ainda estão aldeados. Foi destacado que há vantagens no ensino formal para esses povos, mas que as culturas e as línguas locais não podem ser esquecidas nem apagadas. Neste ponto, os docentes também definiram que não pode haver hierarquização entre culturas melhores ou piores,sendo estas as escritas e as orais, já que elas têm sentido no local em que acontecem e guardam, cada uma em seu modo, a história de uma civilização.
O encontro contou com um momento de contribuição dos ouvintes, que puderam contar suas experiências e questionar os palestrantes.
