Presença indígena no G20

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Diferentes povos estiveram na Cúpula do G20 Social para cobrar que suas vozes sejam ouvidas; indígenas também foram citados na Declaração dos Líderes

Entre os dias 14 e 16 de novembro de 2024, o Rio de Janeiro sediou a Cúpula do G20 Social, proposta da presidência brasileira do G20 para incluir a sociedade nas decisões dos líderes das maiores economias do mundo. Entre os participantes, havia indígenas dos povos Pataxó, Kopenawa, Guajajara, Xavante e muitos outros.

Durante o evento, realizado na Praça Mauá, ocorreram cinco atividades autogestionadas propostas por organizações indígenas como a da Aldeia Maraka’nã, que abordou “as palavras da cidadania glocal para uma governança transnacional”. 

Enquanto, essas atividades representaram 1,8% dos 270 programas propostos pela sociedade civil, na parte de expositores, a presença indígena era maioria. Representantes de vários povos exibiam sua arte e vendiam objetos como cocares, cordões, brincos, cumbucas, colheres de pau e muito mais.

 

    Indígenas vendendo artesanato. Foto: Julia Lima, 2024
      Indígena do povo Pataxó vendendo suas produções artesanais. Foto: Letícia Santana, 2024

      Ao Opierj, uma indígena Pataxó afirmou: “finalmente estamos tendo a chance de ter voz”. Ainda assim, foi reclamação de todos que, nas posições de poder, havia poucos ou nenhum representante indígena.

       

      Declaração dos Líderes

      Durante os dias 18 e 19 de novembro, no Museu de Arte Moderna do Rio, ocorreu a Cúpula dos Líderes do G20. Nela, 19 países, dois blocos econômicos e instituições internacionais discutiram até o consenso sobre os temas prioritários da presidência brasileira: Combate à fome, à pobreza e à desigualdade, desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global. As decisões do grupo não são impositivas, ou seja, não são aplicadas imediatamente nos Estados; cada um tem a liberdade de escolher se gostaria de aplicar todas, algumas ou nenhuma.

      A Declaração dos Líderes do G20, divulgada ainda no dia 18 de novembro, elencou 85 medidas que os países poderão tomar em seus territórios. As sugestões envolvem igualdade de gênero, taxação de super-ricos, combate à fome e à pobreza e preservação do meio ambiente.

       

        Parte da declaração que cita os povos indígenas. Foto: G20.

         

        No documento de 22 páginas, os povos indígenas foram citados apenas uma vez, relacionando-os à preservação de florestas e ao combate ao desmatamento. Os líderes reconheceram a importância de preservar estes locais, pensando sempre em como as populações – nesse caso, os povos indígenas e as comunidades locais – seriam afetadas pelas ações.

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        Julia Lima

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