A ancestralidade é matriarcal

Coletivo Matriarcado Ancestral acolhe mulheres indígenas em situação de violência

    Bandeira do Coletivo Matriarcado Ancestral. Foto: Julia Lima

    21,7 milhões de mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, de acordo com uma pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Diante disso, o coletivo Matriarcado Ancestral surge para acolher mulheres indígenas aldeadas ou em retomada que estejam em situação de violência. 

    O grupo é liderado por Mônica Lima e iniciou seu trabalho em 2021, tendo como principal objetivo retirar essas mulheres e seus filhos dos locais em que sofrem violência e as acolherem em espaços seguros. O projeto faz parte do território Aldeia Portal da Floresta, uma extensão do Laboratório de Protagonismo Feminino da Universidade Pluriétnica Indigena Aldeia Maracanã. Além disso, o coletivo tem parceria com os povos Tupinambá, Pataxó, Mura, Marajoara, Puri, Xucuru, Goytaka, Tarairiú, Xakriabá, entre outros.

    Depois da acolhida, o foco é curar as vítimas a partir do uso das características curativas das plantas. A principal utilizada é a Jurema, considerada sagrada pelos indígenas. De acordo com Amanda Mara, uma das participantes do projeto, o poder medicinal das ervas acontece por elas serem “nossas parentes mais antigas e mais próximas”.

    O coletivo conta com 3 bases de acolhimento (1 pronta e 2 em andamento) e, temporariamente, as mulheres também são acolhidas nas casas das integrantes – os endereços são mantidos em sigilo por questão de segurança das mulheres acolhidas. Já existe o projeto de expandir a quantidade desses espaços, mas a ação esbarra na falta de verba. Tudo é feito a partir da verba adquirida através de editais públicos e doações. 

    Mônica, Amanda e Amykyra Tarairiú, integrantes do coletivo, estiveram na sede do Proíndio no dia 25 de abril para contar sobre as experiências de acolhimento e também para contribuir para o livro que está sendo desenvolvido pelos colaboradores do grupo.

      Amanda (blusa laranja), Mônica (de cocar à esquerda) e Amykyra (de cocar à direita) em reunião no Proíndio. Foto: Letícia Freire

      Caso saiba de alguma mulher indígena, aldeada ou em retomada, que esteja enfrentando algum tipo de violência, é possível entrar em contato com o coletivo Matriarcado Ancestral pelo perfil @matriarcado.ancestral e também fazer a denúncia anônima pelo Ligue 180 ou pelo Whatsapp (61) 9610-0180.

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      Julia Lima

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