Balanço parcial do Censo mostra aumento da população indígena

Texto: Jornal Nacional (site g1)

Em pouco mais de uma década, a população que se considera indígena cresceu pelo menos 66% no Brasil. Indigenistas afirmam que o resultado do Censo pode gerar benefícios para as comunidades, já que as políticas públicas serão definidas com base em informações detalhadas.

Imagem: Censo do iBGE mostra aumento de 66% na população indígena do Brasil

Até o fim de fevereiro, o IBGE vai divulgar os dados finais do censo. E um balanço parcial revelou o aumento expressivo de um grupo de brasileiros.

O povo Xerente vive em 90 aldeias no município de Tocantinia, região central do Tocantins, e forma a maior população indígena do estado. Só na família do Augusto são dez pessoas, entre filhos e netos. Ele se preocupa manter as tradições vivas.

“As tradições são a nossa identidade. Então, não pode. A primeira coisa é isso, preservar também o nosso território”, afirma Augusto Xerente.

A família de Augusto faz parte do povo indígena Xerente, que vive em 90 aldeias no Tocantins — Foto: JN

                Imagem:  A família de Augusto faz parte do povo indígena Xerente, que vive em 90 aldeias no Tocantins — Foto: JN

O questionário que é aplicado nas aldeias foi expandido para captar informações sobre a estrutura política, administrativa e religiosa dos povos indígenas.

“Nós conseguimos observar nos primeiros dados um crescimento significativo da população natural e também em relação a autodeclaração indígena, o que significa também que há uma quebra de um paradigma, de preconceito em relação à autodeclaração. Isso, sim, aliada à expansão metodológica dos questionários do IBGE retrataram com mais fidedignidade às populações e povos tradicionais”, explica Paulo Ricardo Amaral, superintendente IBGE em Tocantins.

Indigenistas afirmam que o resultado pode gerar benefícios para as comunidades, já que as políticas públicas serão definidas com base em informações detalhadas.

“A questão da taxa de alfabetização, número de registro de nascimento, isso por terra indígena. Nós vamos ter também dados sobre saneamento básico, coleta de lixo e outros dados. Nós teremos condições de definir políticas mais ajustadas, políticas mais precisas também no sentido de enfrentar os problemas”, afirma o indigenista Artur Mendes.

Otimismo que é compartilhado por quem vive nas aldeias e deseja melhorias.

“A educação e a saúde é o que a gente pede mais. Pelos dados que a gente viu pelo IBGE, eu acho que isso vai melhorar muito agora. Onde está o erro e onde está o certo, para já agora, para fazer o melhor também. A gente também é gente, como qualquer outra pessoa, também a gente tem que ter o nosso direito, como qualquer um, o nosso direito de estar cobrando também”, afirma o professor Manoel Xerente.

 

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